Você já sentiu alguma vez que não pertence à sociedade? Seja pelo seu biótipo físico, pela cor do seu cabelo, sotaque ou suas cicatrizes?
Milhares de pessoas sofrem por conta da pressão imposta pela sociedade na busca de um padrão de beleza considerado como “correto”.
Deixe-me te perguntar: existe uma beleza certa ou errada? A resposta é: não.
Pode parecer bobagem, mas as mídias sociais impõem esse padrão em nós.
A mulher mais bela das novelas e séries de televisão eram as que tinham um corpo aparentemente sem defeitos. Já as gordas sempre protagonizaram o personagem cômico — ou a transição entre o feio que era o gordo, para o bonito, que era magro.
Por isso, pessoas “se assustam” ao ver que celebridades como Anitta ou Kim Kardashian têm celulite. Esse espanto vem do fato de que a mídia e as redes sociais nos tornam reféns de uma realidade totalmente inexistente.
OS FILTROS DAS REDES SOCIAIS ESTÃO DESTRUINDO NOSSA AUTOIMAGEM
Os novos recursos presentes nas redes sociais têm forte influência nessa imposição estética, principalmente os chamados “filtros embelezadores”.
Eles são capazes de “afinar” o nosso nariz, “remover” manchas e acnes do rosto, “proporcionar” uma cintura mais fina, “mudar” a cor dos nossos cabelos… Entre outras alterações (virtuais) que acabam impulsionando a busca precoce por procedimentos estéticos.
Precisamos usar a nossa voz para mostrar à nova geração, conectada no mundo virtual, que a beleza vai além do que vemos nos stories das celebridades
É um processo de desconstrução lento, porém de extrema importância para o desenvolvimento social individual e coletivo.
TODO UMA GERAÇÃO ESTÁ APRENDENDO A SE ACEITAR COMO REALMENTE É
A revolução que o movimento vem causando na sociedade é muito maior do que imaginamos.
Hoje em dia, é bem mais comum vermos pessoas normais — e quando digo normais, são pessoas da comunidade LGBTQIA+, homens e mulheres negras, pessoas gordas e com necessidades especiais — protagonizando momentos em que antes não tinham espaço.
Essa exposição muda toda uma geração, que se sente incluída e se aceita como realmente é. As pessoas passam a aceitar seus corpos, cabelos, marcas e tudo o que as transforma em seres únicos.
Essa conscientização precisa partir também das marcas, que vêm voltando seu olhar para a inclusão. Quer um exemplo? Antes, no mercado da moda, vendiam-se produtos com dois ou três “tons de pele”. Hoje encontramos uma paleta extensa, que engloba, de fato, todos os tons
Precisamos deixar para trás aqueles “ensinamentos” que nos diziam que era preciso se enquadrar no padrão imposto pela moda, pelas tendências de consumo, pelo universo da beleza estética, pelos programas de TV, pelas campanhas de publicidade…
SÃO AS DIFERENÇAS QUE NOS FAZEM ÚNICOS — E SÃO ELAS QUE NOS UNEM.
Cada vez mais, o padrão está relacionado a ser diferente. E o movimento mostrou que tais diferenças, ao contrário do que se pregou por muito tempo, são o que nos une e não o que nos separa
